Cirurgias de afirmação de gênero: candidatos elegíveis.

No Brasil, pacientes elegíveis para cirurgias de afirmação de gênero, também conhecidas como cirurgias de redesignação sexual, são aqueles que se identificam como transexuais ou transgêneros e que desejam alinhar seu corpo à sua identidade de gênero. O processo envolve acompanhamento médico e psicológico, e a decisão final sobre a realização da cirurgia é tomada após avaliação de uma equipe multiprofissional. 

Critérios para Candidatura:

• Identidade de gênero:
  O paciente deve ter uma identidade de gênero diferente do sexo atribuído ao nascer, e essa incongruência deve causar sofrimento significativo (disforia de gênero). 

• Idade:
  A maioria dos serviços, incluindo o SUS, exige que o paciente tenha mais de 18 anos para iniciar o processo de acompanhamento e mais de 21 anos para a cirurgia, embora haja casos com avaliações individuais para maiores de 18 anos, de acordo com informações do Ministério da Saúde. 

• Acompanhamento psicológico e hormonal:
  É fundamental que o paciente tenha um acompanhamento psicológico por pelo menos dois anos, com avaliação da equipe multiprofissional. A hormonização também pode ser parte do processo e deve ser acompanhada por endocrinologista, conforme informações da Prefeitura de São Paulo. 

• Estabilidade clínica:
  É importante que o paciente esteja clinicamente estável e sem condições que possam comprometer a cirurgia ou o pós-operatório. 

• Concordância com a equipe:
  O paciente deve concordar com as indicações da equipe multiprofissional e seguir as orientações para o acompanhamento. 

• Disponibilidade de recursos:
  Em alguns casos, a disponibilidade de recursos, como profissionais capacitados e equipamentos, pode influenciar a realização da cirurgia. 

Processo de Acesso ao SUS:

• 1. Procurar a Unidade Básica de Saúde:
  O primeiro passo é procurar a unidade básica de saúde de referência do paciente, onde será feita a avaliação inicial por um psicólogo e outros profissionais. 

• 2. Acompanhamento multiprofissional:
  Caso a avaliação inicial seja positiva, o paciente é encaminhado para acompanhamento com uma equipe multiprofissional, que pode incluir psicólogos, endocrinologistas, assistentes sociais, entre outros. 

• 3. Avaliação para cirurgia:
  Após o período de acompanhamento, a equipe multiprofissional avalia se o paciente está apto para a cirurgia e quais procedimentos são indicados. 

• 4. Encaminhamento para hospitais:
  Se a cirurgia for indicada, o paciente é encaminhado para um hospital credenciado pelo SUS, onde a cirurgia será realizada. 

Observações importantes:

• O processo de afirmação de gênero é individual e cada paciente tem suas próprias necessidades e expectativas. 

• É fundamental que o paciente tenha acesso a informações claras e precisas sobre o processo, os procedimentos e os riscos envolvidos. 

• O acompanhamento psicológico é essencial para garantir o bem-estar emocional e a adaptação à nova realidade após a cirurgia. 

• Embora o SUS ofereça o processo transexualizador, alguns procedimentos, como a cirurgia de redesignação genital, podem ter longas filas de espera, conforme informações do Ministério da Saúde.